O espetáculo “Pedro e o Lobo”, versão em português de uma famosa obra do compositor russo Serguei Prokofiev foi tema da apresentação. Os músicos utilizaram instrumentos musicais para contar a história, como explica o regente Fábio Loutfi.

“Temos um narrador e uma orquestra apresentando os instrumentos através dos personagens. Então nós temos o Pedro, que é protagonista, representado pelas cordas, aqui na nossa adaptação é pelo violino e pelo piano. Temos o lobo representando pela trompa, ou pelos metais da orquestra. Temos o gato representado pelo clarinete, temos o avô representado pelo fagote, o pato pelo oboé e os pássaros pelas flautas.”

Ao lado dos músicos e do regente, Gabriela Winter também tem um papel importante. Ela faz a narração do espetáculo. “Estudei bastante em casa para decorar o texto, para decorar a sequência da história, porque você repara que cada parte da história que eu falo entra a música correspondente depois. Assim como o maestro rege os instrumentos, ele também me rege. Ele olha para mim e eu sei o momento que tenho que entrar na história e o que tenho que falar”.

A apresentação dos instrumentos de uma orquestra desse jeito, descomplicado, surpreendeu o estudante Nilton Alessandro Pereira. “Eu achei bem diferenciado, porque eu nunca cheguei a ver uma peça assim, só com atores mesmo. Para mim foi uma experiência muito grande e muito diferente. Eu gostei muito dessa peça”.

As apresentações pelo Alto Tietê já terminaram, mas o projeto continua até 2 de julho levando música erudita para seis cidades do Estado. “O projeto está na sexta edição e a proposta é a formação de público em música clássica. Nós viemos aos finais de semana às escolas para que toda a família possa ter acesso a este espetáculo. Não só os estudantes da escola, mas também seu pai, a sua mãe, seus irmãos. A gente vem conseguindo esse objetivo. Quando a gente retorna numa mesma cidade acontece da criança falar que já nos assistiu anteriormente e que agora sabe o que é uma ópera e que, inclusive, assistiu a primeira vez sozinho e dessa vez trouxe a avó, porque gostou muito do espetáculo”, conta a produtora Cléia Mangueira.

A ação foi possível por meio do projeto Escola da Família, como explica a coordenadora Sandra Catarina Ribeiro. “No programa Escola da Família nós contemplamos quatro eixos. O primeiro eixo é a cultura, o segundo é a qualificação para o trabalho, o [terceiro] esporte e [o quarto] a saúde. Então [temos] esse objetivo de recepcionarmos a cultura em diversas formas, musicais, teatros, entrevistas, diversas formas de trazer à comunidade um novo olhar cultural”.

A brincadeira mostrou que a ideia é aproximar a música clássica da vida de jovens e crianças. No fim da apresentação, o pequeno joão teve a chance de ser o regente. A mãe Renata Miranda gostou da experiência. “Achei muito interessante, porque é difícil as crianças hoje em dia terem esse contato direto com música clássica. É bem difícil, então para ele foi uma experiência nova, super interessante, para nós pais também. Ainda mais em escola assim, que abriu para o público. Uma experiência fantástica”.

Na hora das perguntas da plateia, as crianças queriam saber se é difícil tocar os instrumentos. Curiosidade que já é uma boa resposta pro trabalho. “É muito gratificante, eu até comento com os colegas que eles [crianças], são sinceros, eles são genuínos. Se eles sorriem, é porque realmente eles estão felizes. Sempre ficam encantados”, afirma o violinista Everton Novaes.

Só de olhar Yasmin Sampaio, já dava pra perceber a alegria dela com o projeto na escola. Quando ela falou, não ficou nenhuma dúvida. “Eu achei incrível, foi muito legal para mim. Aprendi vários sons de instrumentos, como são, percussão, aprendi um monte de coisa”.

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo telefone 4728-5638.